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quarta-feira, 20 de junho de 2012
Estampando exposições de mulheres na Andrade Muricy
Na casa Andrade Muricy está rolando algumas estampadas legais. São as exposições com prazo extendido(por isso você ainda pode vê-las).
Là você vai encontrar Adentros, de Bernadete Amorim, Articulações poéticas do corpo, de Silvia Tagusagawa e Passatempo que conta com três artistas: Amanda Gallego, Patrícia Tristão e Regina Costacurta.
Algumas pessoas já haviam me indicado e dito o quanto haviam gostado. Sim, gostei muito (meu gosto pessoal aparecendo). São todas mulheres, achei legal.
As obras fofas de Bernadete eu já conheço, sempre me lembram bichos de pelúcia, brinquedos de criança pelos materiais escolhidos. Elas nos familiarizam pela matéria-prima...depois paramos para ver a forma.
As que estão expostas na Muricy, "Continentes", lembram casulos (de bichos...rs) e são de pelúcia também. Estão dispostas por uma sala grande e remetem à disposição de redes de dormir por estarem penduradas.
O trabalho de Regina Costacurta que mais me chamou atenção foi "Camadas", uma sequencia de fotos onde a artista registra a construção de uma estampa corporal/vestimenta criada com argila.
E aquela que mais gritou para mim, aquela que estampou meus olhos, meu coração e minha alma, atualmente, muito feminista. Silvia Tagusagawa e suas cerâmicas.
Segundo catálogo, "a temática explorada é a imagem do corpo, a visão em relação a ele próprio e como percebe o do outro. Não é uma descrição fiel, como num desenho de anatomia, mas um conjunto de fragmentos, cortes, formas e detalhes modelados a partir de reflexões sobre o corpo."
Como meus trabalhos também se focam no corpo, como vemos o nosso e o do outro fiquei muito feliz de encontrar obras tão delicadas, silenciosas e que falam tanto ao mesmo tempo.
Suas "Dollores" tem o corpo esguio, vazado próximos ao pescoço,algumas são arranhadas no torso e tem saias longas estampadas por recortes variados e que lembram arabescos.
"Corpos marcados" tem serigrafados nas saias e no torso os rostos e partes do corpo de outras mulheres.
"Vivas" traz cabeças de mulheres com bocas sempre fechadas mas, com rasgos/aberturas nas gargantas. Sim, elas estão caladas porém, dialogam entre si, talvez pela abertura nas gargantas ou por suas condições compartilhadas.
Foi paixão estampada à primeira vista.
Como as exposições se prolongaram e por isso, se eu fosse você, corria lá para me ESTAMPAR com poéticas delicadas.
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